EX-NAMORADO SUSPEITO DE ATEAR FOGO EM CORPO DE MULHER TRANS NA BAHIA TEM PRISÃO CONVERTIDA EM PREVENTIVA 

O suspeito de atear fogo na ex-companheira, uma mulher trans, em Itabuna, no sul da Bahia, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, na segunda-feira (13). Após a audiência de custódia, José Carlos foi encaminhado para o presídio do município, onde está à disposição da Justiça.

De acordo com Lucinéia Ferreira, mãe de Karla Santos, de 44 anos, o estado de saúde da vítima é considerado grave. O crime aconteceu no sábado (11) e depois de ver o corpo tomado pelas chamas, a mulher trans invadiu o Hospital Luís Eduardo Magalhães e pediu socorro.

Karla Santos teve 30% do corpo queimado e foi transferida para o Hospital Geral do Estado, em Salvador.

Na segunda, Lucinéia Ferreira revelou que recebeu uma mensagem do ex-namorado da filha. De acordo com a mãe da vítima, José Carlos disse que nada o impediria de ficar com a vítima.

“Ele mandou mensagem para mim dizendo: ‘eu amo sua filha, quero ficar com ela e ninguém vai me impedir’. Isso não é amor, é doença. Quem ama não mata, não bate, não espanca”, disse Lucinéia Ferreira.

Relacionamento abusivo

Em entrevista à TV Bahia, Lucinéia Ferreira ainda contou que nunca foi a favor do relacionamento da filha com o suspeito, que estavam juntos há décadas. A filha sofria agressões constantes do homem.

“Todo mundo era contra, inclusive eu. Vendi e a casa dela e comprei uma do lado da minha, mas mesmo assim isso não resolveu. Ela contava tudo para mim, dizia que não dava certo, que ele era usuário de drogas”, disse.

A mãe da vítima ainda disse que a filha pedia ajuda para se separar de vez do homem.

“Ela pediu chorando para mim: ‘socorro mainha, me tire daqui’, dizia que tinha medo. Quando ele ligava ameaçando, coagindo, ela ia encontrá-lo porque ficava com medo dele fazer algo contra ela”, contou.

A mãe de Karla ainda disse que aconselhou que a filha prestasse queixa contra o homem na delegacia. A vítima, porém, achava que a queixa não iria protegê-la do homem.

“Ela dizia que medida protetiva não protegia ninguém, que era um pedaço de papel que eles [suspeitos] não respeitam”, disse.

O desejo de Lucinéia é que José Carlos, suspeito de cometer o crime, siga preso. O caso é investigado pela Polícia Civil da cidade.

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