Exposição da saúde: Robério parece insistir na terceirização do Regional e repetir erros do passado

A terceirização de serviços públicos na área da saúde costuma trazer sérias desvantagens, como a precarização do trabalho e a redução na qualidade do atendimento. Trabalhadores contratados por empresas terceirizadas frequentemente enfrentam baixos salários, atrasos nos pagamentos e perda de direitos trabalhistas. Além disso, empresas terceirizadas priorizam o lucro, muitas vezes comprometendo o cuidado à população. Em Eunápolis, a decisão do prefeito Robério Oliveira (PSD) de declarar Situação de Emergência no Hospital Regional na sexta-feira (24) levanta temores de que a gestão da unidade de saúde será terceirizada, um caminho já testado e fracassado.

Em 2023, a então prefeita Cordélia Torres firmou um contrato com a Associação de Proteção e Amparo à Saúde (APAS) para gerir o Hospital Regional, por meio de um termo de cooperação. A experiência, no entanto, durou menos de seis meses e foi marcada por atrasos salariais, falta de insumos básicos e precarização dos serviços, culminando no rompimento do contrato. Esse histórico negativo acende o alerta para a possibilidade de que Robério Oliveira esteja repetindo os erros do passado, ao optar por uma solução que já se mostrou falha e prejudicial à população.

Robério assinou um decreto que declarou Situação de Emergência no hospital, justificando a medida com base em relatórios técnicos e na recomendação do Ministério Público. No entanto, o ex-prefeito Neto Guerrieri (Avante) denunciou a intenção de terceirizar a unidade e apresentou documentos que, segundo ele, comprovam a estratégia do atual gestor. Apesar de não haver um projeto formal enviado à Câmara de Vereadores, o decreto fortalece as suspeitas de que Robério planeja passar a administração do hospital para uma empresa privada.

A empresa IGH, que administra o Hospital Luiz Eduardo Magalhães em Porto Seguro, é uma das cotadas para assumir o Hospital Regional. Entretanto, sua gestão em Porto Seguro foi marcada por greves de funcionários devido a atrasos salariais, o que levanta dúvidas sobre a capacidade da empresa de garantir estabilidade e qualidade. Além disso, os custos administrativos das terceirizações frequentemente superam os da gestão direta, questionando a lógica econômica da terceirização.

A decisão de Robério Oliveira de insistir na terceirização do Hospital Regional representa um retrocesso para a saúde pública de Eunápolis. Em vez de buscar alternativas que fortaleçam a gestão direta e valorizem os profissionais locais, o prefeito parece trilhar um caminho já demonstradamente ineficaz e prejudicial. Esse modelo ameaça não apenas os empregos dos atuais trabalhadores do hospital, mas também a qualidade dos serviços essenciais à população. Mais do que nunca, é necessário que a sociedade e o Legislativo municipal se posicionem com firmeza para exigir uma administração transparente e comprometida com o interesse público, evitando que os cidadãos paguem, novamente, o preço de decisões equivocadas.

Por favor, siga-nos e curta-nos:
Compartilhe este artigo:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *